Um pouco de mim

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Sou uma mulher madura, que às vezes anda de balanço. Sou uma criança insegura, que às vezes usa salto alto. Sou uma mulher que balança. Sou uma criança que atura. "Martha Medeiros"

25 de setembro de 2010

OS DOIS LADOS DA MOEDA.


Como a vida é irônica. Na minha última postagem, fiz um desabafo, pois estava muito deprimida, de coração partido, aliás, de coração lascadinho. E confesso que ainda estou um pouco nessa, de menina infeliz por não ser correspondida num sentimento tão bonitinho. Mas hoje não vim aqui falar dos meus sentimentos, e sim do meu pesar em relação ao sentimento do próximo.
"Amai ao próximo como a ti mesmo."

Sábado, 14 de Agosto de 2010. Presenciei uma cena horrível:

Eu estava com um amigo no carro, e nos deparamos com um homem tentando se livrar de dois assaltantes, que estavam de moto, o homem estava deitado no chão e, um dos assaltantes, apontou para a cabeça do mesmo uma arma. Não atirou porque aparecemos bem na hora, mas só Deus sabe o que iria acontecer.
Depois disso tive vários pesadelos, e andava assustada pelas ruas. Até que consegui parar de pensar nessa cena.

MAS, quarta-feira, 22 de Setembro de 2010, eis que me aparece outra cena terrível:

Acho que esse dia será bem marcante pra mim também, com certeza vai entrar na minha retrospectiva 2010.

Fui no Centro de Terapia Intensiva Pediátrico, entregar um documento pra uma enfermeira, que não estava no local, fui pedir então, para que outra enfermeira ficasse com esses documentos. Só que mais ou menos 3 ou 4 enfermeiras estavam discutindo, para saber que horas colocariam no óbito da criança. E eu, só de escutar o"debate" delas, que não chegavam nunca a uma decisão, já me senti mal.

Mas fiquei pior ainda, quando a porta se abriu e entrou o pai da criança, gritando, desesperado, pedindo o filho dele de volta. A minha vontade, era de sair correndo dali, gritando também. Larguei os documentos, e só não saí correndo porque me contive, mas fiquei em transe, antes de sair, ouvi dois choros se misturando, o de uma criança que não queria tomar injeção, e o do pai...o pai que perdeu um filho...um filho que não tinha mais do que 6 anos de idade.

E daí? Se colocarmos na balança, qual pesa mais? A criança que nasceu sem nunca saber quem era o pai? Ou o pai que daria tudo por aquela criança, que hoje, já não está mais entre nós?

Acho horrível só de imaginar o tamanho dessa dor. Mas tomei um baita choque de realidade, é como se eu tivesse levado um tapa na cara e um grito de "acorda pra vida Nazly". Analisei minha vida, e me perguntei porque vou ficar chorando por um homem, eu tenho saúde, tenho pai, tenho mãe, tenho uma irmã linda, tenho casa, comida, estudo... Chorar por alguém que não quer nada sério comigo, é como se eu simplesmente me colocasse abaixo do que eu tenho e mereço, é como se eu apagasse tudo o que tenho pela única coisa que não tenho, ele.

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